40 anos sem Adriano José Mariano
Por Felipe Lamellas
Graduando em Jornalismo pela Unesp
Relembre a trajetória do campeão ferreirense
Filho de Marcolino Mariano e Maria Zenaide, Adriano José Mariano, nascido em Porto Ferreira, destacou-se como um dos grandes nomes do futebol nacional em sua época. Fazendo história em diversos times do interior, da capital paulista e dos estados de Minas Gerais e Paraná, Adriano morreu tragicamente em decorrência de um acidente automobilístico a exatos 40 anos atrás, em janeiro de 1980.
Demonstrando logo cedo o gosto pelo esporte, o ferreirense fez parte da categoria infanto juvenil do Porto Ferreira Futebol Clube, sendo treinado pelo professor Maciel Martins. Ainda jovem, participou de diversos campeonatos de várzea e realizou testes nos times da Ferroviária, da Ponte Preta e no São Paulo, sendo aprovado em todos, mas não tendo por diversos fatores o interesse de permanecer em nenhum.
Em 1975, já como centro avante do Pirassununguense chamou a atenção de times como o Guarani, o São Paulo e o Palmeiras. Sendo sondado por todos, Adriano escolheu em 1976 o Guarani. Ao chegar na cidade de Campinas, ganhou rapidamente a posição no time titular, fazendo em 1977 o seu jogo de estréia na equipe principal, contra o Sport Club Corinthians Paulista. Na ocasião, fez o gol que deu a vitória ao time campineiro.
Em outubro de 1977, Adriano foi contratado por empréstimo pelo Palmeiras, estreando no final de novembro daquele ano. Já em 1978, retornou brevemente ao Guarani, mas ao se contundir acabou ficando fora do time principal, dando espaço para a ascensão de Careca. Mesmo com a lesão, Mariano chegou a participar de alguns jogos e foi campeão brasileiro pelo Guarani em 1978. Na equipe campeã nacional, merece destaque, além de Adriano, os nomes de Careca, Gersinho, Neneca, Miranda e Zenon.
Zenon de Souza Farias, aliás, ex-jogador e atualmente comentarista esportivo, relembra a convivência que teve com Adriano. “Era um garoto que gostava de viver a vida, então era sempre muito satisfatório estar ao seu lado e conviver com ele, pela energia e alegria que ele passava para a gente”, comenta. Para o atleta, uma das características principais do ferreirense de 1,80 metros, era o cabeceio. “O Adriano tinha um fundamento que era fantástico, que era seu posicionamento dentro da área e o seu cabeceio, era sua qualidade principal na minha opinião e nisso ele brigava de igual para igual com o Careca, o camisa 9 do time”, relembra Zenon.
Depois da conquista de 1978, Adriano foi emprestado pelo Guarani para Grêmio Esporte de Maringá. Já na equipe sulista, reabilitou-se totalmente, chegando a vice-artilharia do campeonato paranaense. Logo em seguida, foi emprestado para o Atlético Mineiro, onde conquistou dois importantes títulos, a Taça Minas Gerais em 1979 e o Campeonato Mineiro do mesmo ano, jogando ao lado de nomes como Luizinho e João Leite.
Em sua última transação, Adriano escolheu o time do Colorado Atlético Club, também no Paraná, e se destacou nos poucos jogos que realizou pela equipe. No dia 4 de dezembro de 1979, o atleta ferreirense sofreu um grave acidente de trânsito no Km 312, da BR-376, que liga Maringá a Curitiba. Internado na UTI, por mais de um mês, Adriano não resistiu e veio a falecer em 5 de janeiro de 1980.
Na época do acidente, Zenon recorda que a comoção foi generalizada. “Ficamos muito tristes, foi um choque muito grande quando ficamos sabendo que ele sofreu o acidente. Para nós que convivemos com ele desde garoto, isso mexeu muito com o nosso sentimento. A gente lamenta até hoje”, comenta. Para ele “o Adriano foi um guerreiro, por que ele começou nas categorias de base, conseguiu chegar no profissional e se destacou muito. Foi um campeão brasileiro, e isso é um legado que ficará para sempre”.
Exatos 40 anos após sua morte, familiares ainda recordam os momentos vividos com o jogador. O cunhado de Adriano, Walter Angelucci, que conviveu por pouco tempo com o atleta, cerca de cinco anos, relembra que nas visitas do jogador a sua cidade natal, era comum “brincar de bola no meio da rua” com o profissional. Para Walter, um dos maiores legados deixados pelo jogador “foi a frase que vivia colada na cabeceira da sua cama: ‘Hei de vencer!’ E ele venceu todos os obstáculos que se opuseram na sua carreira profissional, entretanto, infelizmente, não conseguiu vencer o obstáculo da vida”, completa.
Walter ainda comenta que os momentos com o jogador foram de alegria e felicidade e se recorda de um episódio com o atleta. “Em outubro de 1977 quando me casei com sua irmã, ele estava no Guarani de Campinas. Trouxe consigo para nossas bodas vários companheiros do seu time, e sabe o que ocorreu? Não tirei nenhuma foto com ele e seus amigos da bola. Ah! Se eu pudesse fazer o tempo voltar!”, lamenta.
Adriano José Mariano está enterrado em Porto Ferreira no Cemitério da Saudade e recebeu do município diversas homenagens por sua trajetória, sendo a principal delas o Ginásio de esportes da cidade, que recebeu o seu nome.
Por Felipe Lamellas
Graduando em Jornalismo pela Unesp
Fonte: Revista “Eu hei de vencer!” feita em 1982 por Marcolino Mariano, pai de Adriano José Mariano (exemplar cedido pela família).
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