Na segunda-feira (11/04) participaram de reunião, juntamente com o prefeito Maurício Rasi, a bióloga Carla Gheler Costa, da Universidade de São Paulo, a chefe da Vigilância Sanitária de Porto Ferreira, Léa Carvalho e a médica veterinária Amanda Baso, cuja pauta discutiu alternativas referentes ao grande número de animais soltos nas ruas em Porto Ferreira.
A Prefeitura Municipal, preocupada com o problema, esclarece a população que já iniciou projetos pensando em proporcionar uma melhor qualidade de vida para estes animais, assim como sanar um problema que é de saúde pública.
Este trabalho já está sendo discutido amplamente com a Câmara Municipal, por meio dos vereadores Luís Antônio de Moraes (Maguila) e Sérgio Martins (Serginho), os quais já participaram de outras iniciativas para solução do problema, inclusive chamando para o debate ONGs como a
Bicho Sem Grana, além de propostas de parcerias com universidades e outros municípios da região e a própria Vigilância Sanitária.
Uma das etapas do processo foi o levantamento de quantos cães e gatos há vivendo em nossa cidade. Esse trabalho foi concretizado com apoio da equipe de vetores, que fizeram o trabalho casa a casa, verificando possíveis criadouros de dengue.
Um breve questionário foi apresentado para os donos dos animais, especificamente de cães e gatos, devido à relação direta que eles têm com as pessoas. O objetivo foi levantar informações sobre espécies, números de animais existentes em cada casa, faixa etária destes animais e se são castrados.
A primeira etapa do censo, que faz parte do Programa Municipal de Controle Ético da População Canina e Felina já foi concluída. Hoje Porto Ferreira possui 16.250 animais entre cães e gatos vivendo em residências.
Porém, o que preocupa é que, deste total, apenas 24% são castrados. Com o auxílio do censo foi possível obter o resultado de quais bairros estão concentradas as maiores populações de cães e gatos.
Com esses dados será possível trabalhar melhor a profilaxia de doenças, uma maior organização na campanha antirrábica, além de saber os bairros que necessitam urgentemente de castrações a baixo custo para a população.
Em breve uma nova etapa do censo animal deverá ser realizada na cidade, pois é importante ressaltar que não foram contabilizados os animais de vida livre, ou seja, os animais sem donos. Esses novos dados serão obtidos pelo método de amostragem.
O levantamento feito pela Prefeitura aponta o número muito próximo do real. A população animal também é estimulada pelo Instituto Pasteur, responsável pela coordenação da vacinação contra a raiva.
Escolas
Outra iniciativa, esta de conscientização, será desenvolvida nas escolas, quando será deflagrada a “Campanha Posse Responsável”, que nada mais é do que uma espécie de norma para quem tem animais de estimação, facilitando assim a convivência dos animais com os seres humanos, evitando que se tornem animais de rua.
O objetivo será conscientizar toda a população, pois muitas pessoas acham que ter um bichinho em casa é simples e acaba esquecendo que estes também trazem gastos, tais como alimentação, saúde, etc. “Por isso temos tantos abandonos nas ruas, que acabam procriando desordenadamente, podendo assim ser causadores de problemas de saúde pública, pois esses animais se não forem cuidados adequadamente podem ser transmissores de doenças”, analisa a médica veterinária Amanda Baso.
“Nas palestras iremos utilizar filme, cartazes e cartilhas com informações básicas sobre os animais, aonde iremos abordar primeiramente os professores e posteriormente os alunos e pais”, conclui. Nessas palestras serão transmitidas diversas informações englobadas no tema “posse responsável”, informações como alimentação, saúde dos animais, higiene, maus tratos e abandonos, identificação e, principalmente, os benefícios que a castração proporciona para a vida do animal. Exemplos disso são os machos que deixam de fugir para ir atrás das fêmeas que estão no cio, param de marcar território, ou seja, urinar em todo lugar, porém continuam guardiões da casa. Nas fêmeas destaca-se a redução de mais de 90% das chances de câncer de mama, além de ficarem mais tranquilas, afirmam especialistas.
“Nós sabemos que de nada irá adiantar estes projetos se não realizarmos um grande número de castrações, para isso iremos concretizar convênios com universidades e parcerias com veterinários da cidade”, comenta o prefeito Maurício Rasi, otimista com a probabilidade de solucionar este problema.
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