Moradores e comerciantes relataram à EPTV como é viver com a preocupação constante quase um mês após temporal que deixou rastro de destruição no município. Uma professora morreu.

A chuva se transformou em um trauma para muitos moradores e comerciantes de São Carlos (SP). A preocupação constante com novos alagamentos, como os de 28 de dezembro, tem tirado o sono e mudado a rotina de muita gente.

No comércio, a alternativa é investir em comportas e muros e estar sempre alerta para reduzir os prejuízos.

Acordado com carro submerso

O professor Antônio Marcos dos Santos mora na região da rotatória do Cristo e estava dormindo quando ouviu gritos na rua. “Levantei e quando vim até a cozinha meu carro já estava submerso. Não tinha jeito de tirar de dentro da garagem. E a água foi subindo muito rápido e foi a primeira vez que aconteceu aqui no bairro”, disse.

A água deixou marcas nas paredes, nos móveis e nos muros, que trincaram em vários pontos. Desde então ele não ficou mais tranquilo.

Dormindo em consultório

A dentista Beatriz Cristina Ferreira estava na casa dos pais em Barretos e a água nunca tinha invadido seu apartamento.

Vários móveis estragaram, entre eles um relógio que era herança de família. Outros ainda estão secando. “Os vizinhos se solidarizaram uns com os outros, doaram coisas, acolheram outros em casa. Todo mundo vive com medo”, afirmou.

A dentista não consegue mais ficar em casa e, por conta do medo, está morando provisoriamente na clínica onde atende. Apesar de menos confortável, ela se sente mais segura.

O condomínio fica perto do encontro dos córregos Gregório, Monjolinho e Mineirinho. A força da água rompeu as tubulações na parte debaixo do pontilhão da ferrovia administrada pela Rumo.

A empresa fez uma obra emergencial que diminuiu ainda mais a passagem da água. Depois, a pedido do Ministério Público, novas melhorias foram feitas para evitar alagamentos.

Fonte EPTV