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Artigo: "Uma História feita em páginas"

Artigo: "Uma História feita em páginas"

Esse pequeno artigo tem o intuito de tentar chamar a atenção da nossa população para a importância da preservação desses jornais



Vinicius Carlos da Silva

Existem várias maneiras de se contar a história de um povo, sendo que todas elas se baseiam na existência dos vestígios, como exemplo, os vasos gregos, que nos permitem ter acesso desde seu cotidiano até suas crenças; os códigos de leis romanos, que nos revelam as querelas sociais de seu tempo; as encíclicas católicas e os vitrais das igrejas europeias, que possibilitam um entendimento mais aprofundado sobre a religiosidade medieval; as pinturas e as esculturas Renascentistas, que contêm mudanças técnicas e conceituais de um período que buscava uma forte valorização do racionalismo e das artes; os tratados políticos e os livros, que sedimentaram os embates filosóficos presentes na transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Enfim, a lista de fontes e períodos históricos é infinita, e nenhum historiador em sã consciência ousaria prolongar-se em demasia nesse assunto. Entretanto, se partimos para uma história mais próxima à nossa realidade, poderíamos indagar: e a história de Porto Ferreira, quais seriam as melhores fontes para estudá-la?

Marc Bloch, historiador perseguido e morto pelo regime de Adolf Hitler, definia a História como o “estudo dos homens [pessoas] em seu próprio tempo”. Sendo assim, a nossa história começa ainda no século XIX, com o deslocamento para o interior do que hoje é o estado de São Paulo de indivíduos que buscavam melhores condições de vida e maior liberdade frente às exigências do governo português. Como o passar do tempo, esse movimento foi ganhando corpo, sendo repetido por um número cada vez maior de pessoas que passaram a se estabelecer nessa região.

No dia 29 de julho de 1896, já no período republicano, surgia, oficialmente, a cidade de Porto Ferreira. E, pouquíssimo tempo depois, segundo Orestes Rocha, apareceria o nosso primeiro impresso: o Gazeta do Porto (1897), idealizado por Jocelyn de Moraes, que faleceu apenas um ano após a fundação de seu periódico. Após esse empecilho, ficaria a cargo do redator de Gazeta, Francisco Dias de Almeida, continuar a seara do início da imprensa ferreirense.

O Gazeta circulou pelas ruas ferreirenses ao longo de 3 anos, duração que chega a surpreender, uma vez que, a imprensa nacional daquele tempo ainda engatinhava rumo aos moldes de se constituir como uma empresa capitalista, ou seja, de um empreendimento que visava fins puramente econômicos, no que Juarez Bahia denominou de “a segunda fase da imprensa nacional”.

Foi no dia 3 de março de 1901, já no século XX, que chegou às ruas de Porto Ferreira o segundo periódico do município denominado A Folha, criado por Manoel Lourenço Júnior, cuja circulação atingiu espantosos vinte anos de duração. Aqui, já fica nítida a problemática de se abordar um período relativamente distante de nossa história: pouco se sabe acerca dos exemplares deste periódico. O museu municipal dispõe de apenas nove volumes do A Folha, muitos dos quais em estágio de decomposição avançado. Menos de uma dúzia de jornais restaram para consulta pública de um periódico que circulou por 20 anos!!!

Praticamente 15 anos depois de A Folha, em 1916, Porto Ferreira conheceria seu terceiro jornal, denominado O Arauto, cujo criador foi David Zadra. Este, ao lado de seu genro, Henrique da Mota Fonseca Júnior, fundou um jornal estudantil de curta duração chamado O Escolar, do qual pouco sabemos na atualidade. Ainda em 1916, Athaíde Bucci fundaria O Grito que, infelizmente, durou pouco mais de um ano. Para se ter ideia da raridade desses jornais, basta ressaltarmos que sabemos apenas da existência de um exemplar de O Grito e de dois exemplares de O Arauto, ambos alocados no Museu Municipal, fato este que impede a sua exibição ao grande público, bem como impede a qualquer historiador de historicizá-los de maneira pertinente.

Até a metade do século XX, segundo Orestes Rocha, apareceram diversos periódicos ligados a festividades públicas municipais: O Fuzil, O Filhote, O Pião, A Libélula, A Lanceta, A Carabina, e possivelmente muitos outros. Rocha também destaca que, a partir da data de 1926, vários jornais, que denominou “críticos”, circularam em decorrência das festas de São Sebastião ou ainda para arrecadar fundos para o hospital municipal, tais como A Pérola (1926), Fogo de Palha (1930), O Peralta (1931), O Teimoso (1933), Tira-Lasca (1935), É do Barulho (1935), O Botafogo (1937), A Tesoura (1938), Trovoadas (1939), O Mexeriqueiro (1939), O Lampião (1940), Correio da Tarde (1940), O Pé de Vento (1940), O Espectro (1940) e a Pimenta (1954-1957). Alguns destes fazem parte do acervo do museu.

Sendo assim, pode-se concluir que a história de Porto Ferreira é, em grande parte, atrelada à história da imprensa local. Todos os jornais citados anteriormente se constituem como importantes fontes históricas para uma (re)leitura de nossa história. Mas, cabe aqui a pergunta: onde se encontram estes periódicos? Muitos, com toda certeza, se perderam e, talvez, com alguma sorte, ainda existam exemplares desses jornais em alguma gaveta ou armário antigo. Há uma infinidade de perguntas que estão por ser feitas a estes periódicos, no entanto, para que isso ocorra, é necessário que uma quantidade mínima desses jornais esteja disponível para uma análise pormenorizada.

Esse pequeno artigo tem o intuito de tentar chamar a atenção da nossa população para a importância da preservação desses jornais, na esperança de que os que estão esquecidos em algum lugar, à espera de serem encontrados, tenham a oportunidade de serem analisados e preservados. Caso você seja um dos sortudos (e zelosos) possuidores de um destes jornais, ou ainda outros não citados, entre em contato com o Museu Municipal. Só assim, com a ajuda de nossos cidadãos, poderemos construir uma história que seja ao mesmo tempo coletiva e inclusiva. Uma história que seja um conjunto de atitudes de pessoas em seu próprio tempo.

Vinicius Carlos da Silva é professor, historiador e chefe da Seção de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Ferreira.

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