

Cultura sofre com a falta de apoio da Prefeitura Municipal
Matéria escrita por Renan Arnoni (graduado em História e pós-graduado em Gestão Cultural: cultura e mercado)
Nos dois primeiros anos da administração municipal, algumas leis municipais de cultura não foram cumpridas, pois, obviamente, dependiam da autorização e do planejamento do Diretor do Departamento de Cultura para sua execução.
De julho de 2012 até outubro de 2014, ocupei o cargo de Chefe de Seção de Cultura, estando, portanto, vinculado ao governo atual de Porto Ferreira.
Neste período, tive a honra de organizar algumas atividades culturais realizadas pelo Departamento de Cultura com o apoio de artistas e inúmeros funcionários públicos efetivos, principalmente dos servidores lotados no Departamento de Obras.
Assim, para que os cidadãos ferreirenses tomem conhecimento do trabalho executado, farei a citação abaixo das atividades culturais realizadas durante o período:
- Exposição “A arte das figureiras e dos mestres da terra”, em parceria com o Museu da Imigração e SISEM, realizada no “Museu Histórico e Pedagógico Prof. Flávio da Silva Oliveira” (2013).
- Exposição de obras sacras do artista santarritense Argemiro Otaviano, no “Museu Histórico e Pedagógico Prof. Flávio da Silva Oliveira” (2013).
- Instalação da obra de arte permanente “Pindorama Lounge”, do artista carioca Bob N, realizada no anfiteatro “Izaltino Casemiro”, com a doação e o grande apoio do colecionador de arte brasileira, Gilberto Chateaubriand (2013).
- A exposição de Arte Moderna das obras de Gilberto Chateaubriand no “Museu Histórico e Pedagógico Prof. Flávio da Silva Oliveira” (2013).
- Organização e apoio no Mapa Cultural Paulista edição 2013/14, Fases: Municipal, Regional e Estadual, na qual artistas locais chegaram em 4 das 7 categorias na Fase Estadual.
- V Encontro de Companhia de Santos Reis (2013).
- Instalação da obra da artista carioca Mariane Monteiro nos muros do Museu Histórico (2014).
- Organização da 1ª e 2ª Batalha de Hip Hopnos anos de 2013 e 2014.
- Instalação da obra permanente do grafiteiro paulistano“FEIK” nas paredes do prédio do matadouro(2014).
- Organização da “Oficina artística de Papietagem”, realizada pelos gêmeos Cirillo e Letícia Tangerina Bruno com alunos da rede pública, no museu histórico (2014).
- Organização da vinda da Exposição de Fazendas Históricas, em parceria com o Museu do Café de Santos e o SISEM (2014).
- Organização e realização da “Semana Cultural Lourenço Filho”, com a entrega da medalha de mérito cultural e a palestra do professor-doutor Carlos Monarcha, especialista em Lourenço Filho (2014).
- Exposição dos artistas César Malnova e Kauê de Menezes sobre tatuagem e com os gêmeos Cirillo e Letícia Tangerina Bruno, no Museu Histórico e Pedagógico “Prof. Flávio da Silva Oliveira” (2014).
- Criação e realização do projeto Café: das origens aos dias atuais, inscrito no programa Mais Cultura nas Escolas, executado na EMEF José Gonso, que beneficiou cerca de 150 alunos, tendo o recurso de 20 mil reais do Governo Federal (2013-14).
- Desempenhei, também, um árduo trabalho, divulgado inúmeras vezes na mídia, na tentativa de regularizar o Museu Histórico e Pedagógico “Prof. Flávio da Silva Oliveira”, que ainda se encontra em vias de término da regularização, pois a Administração não deu continuidade ao processo.
Portanto, foram 2 anos muito produtivos, que valorizaram a cultura local e fomentaram a produção artística. A maioria dessas atividades foi realizada a custo zero para o município, quando não, necessitava, apenas, de recursos para o transporte, alimentação dos artistas e compra de medalhas. Mesmo tendo desenvolvido essas atividades culturais, fui tratado como um estranho no ninho dentro do governo, pois pertenci à administração anterior e, quando se trata de relações de poder, os mandantes não estão preocupados com o serviço prestado à população, mas somente com a manutenção do mesmo poder.
Portanto, tornou-se evidente que no final do segundo ano de mandato desta administração, o Departamento de Cultura foi sucateado.
O que sobrou?
O Carnaval, como muitos sabem, consome elevados gastos da dotação orçamentária da cultura e necessita de um envolvimento direto de muitos setores da administração municipal, polícia militar, guarda municipal e sociedade civil. Todos os anos há um disfarce na declaração dos valores gastos com o evento, a fim de serem evitadas as críticas da sociedade, como no caso dos 70 mil gastos com camisetas de blocos no carnaval de 2013.O carnaval de 2016 ocorreu sem o apoio do Departamento de Cultura, e, diga-se de passagem, foi ordeiro!
O Festival Zé Carreiro, talvez, seja o único mérito de realização na área cultural deste governo, pois, de certa forma, foi mantido e realizado todos os anos. E neste ano? Haverá o festival? É Lei, certo?
A FEIFE sempre foi outra incógnita, pois a população nunca foi informada sobre os amplos gastos municipais com este evento, aparentemente organizado com o apoio do Departamento de Cultura e outros setores da administração pública, incluindo o Departamento de Obras, na infraestrutura do evento, o Depto. de Promoção Social e o Depto. de Planejamento, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, que se servem de entidades assistenciais do Porto Ferreira para administrar e contratar empresas responsáveis pelos shows oferecidos à população. Da forma como este evento está organizado, Porto Ferreira sofre com a fuga de recursos locais, afetando o comércio local e sem produzir novos negócios e divulgar a produção industrial local, como eram os objetivos iniciais da criação deste evento na década de 70. Em outra ocasião falarei como penso que este evento deva ser organizado, de modo que beneficie o cidadão. Haverá FEIFE este ano?
A Estação Sertaneja, antigo programa Casa de Caboclo, realizada aos domingos de manhã no anfiteatro “Isaltino Casemiro”, utiliza somente o espaço e o som da cultura, e a transmissão radiofônica, quando a administração municipal não se esquece dos violeiros.
As aulas de instrumentos, de dança e de canto coral da Casa da Cultura “Elias dos Santos” são terceirizadas para uma associação de outra cidade e consomem outra grande porção da dotação orçamentária do Departamento de Cultura na contratação de professores que foram obrigados a abrir micro empresas se quisessem trabalhar, muito embora este valor se justifique tendo em vista o número de alunos assistidos. Cabe salientar que estes profissionais da Escola Livre de Música, bem como os efetivos da Biblioteca Municipal e do Museu Histórico, desempenham um excelente trabalho nos seus respectivos setores, entretanto sofrem com baixos salários, com a falta de materiais, problemas estruturais para a prestação dos seus serviços e ameaças políticas, obrigando-os a se calarem diante dos problemas a fim de permanecerem no exercício da profissão.
A Escola Livre de Música e Artes realiza, também, alguns festivais anuais temáticos de música e de dança, os quais são levados ao êxito graças ao empenho de professores, funcionários e pais de alunos, transformando-os em eventos de sucesso!
O Projeto Guri, o Mapa Cultural Paulista, as atrações do Circuito Cultural Paulista e as atividades fornecidas pela Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda são parcerias realizadas com o governo do Estado de São Paulo, que oferece estas atividades culturais desde que o município se comprometa a oferecer local para as realizações, transporte e alimentação para os profissionais.
Volto a perguntar: o que sobrou? Onde está a inovação? Criar novas leis culturais sem cumprir as que já existem? A Cultura de Porto Ferreira está jogada à própria sorte sem o apoio da atual Administração Municipal, que deixa de cumprir a execução de diversas leis culturais.
Renan Arnoni (graduado em História e pós-graduado em Gestão Cultural: cultura e mercado)
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