

Entenda, parte a parte, o significado da obra da artista Vanessa Zanini 1202
Quem passa pela Avenida Eng. Nicolau de Vergueira Forjaz, mesmo de longe, percebeu que há algo de diferente no palco permanente do Centro Cultural Marco Antônio Riolino. Com cores atrativas e ilustrações que remetem aos principais pontos turísticos da cidade e, também, passagens de sua história, o mural artístico desenvolvido pela artista ferreirense Vanessa Zanini se impõe suntuoso diante dos prédios históricos da antiga Estação Ferroviária.
A obra, de 6m de altura por 15m de largura, foi planejada por cerca de um mês e executada em pouco mais de 30 dias. Com exceção do brasão do município, todas as imagens são autorais e exclusivas, feitas à mão-livre, ou seja, conduzidas de forma totalmente manual. A artista conta que o único apoio foi a presença de um projetor que exibiu na parede as imagens de dimensões maiores, como o Brasão, a Igreja e a figura indígena. “Como havia esboçado e desenhado tudo antes, ficou organizado e tranquilo todo o processo”, explica.
O mural, selecionado no edital e financiada com recursos da Lei Aldir Blanc, que atende o setor cultural no período da pandemia, foi produzido com a participação de artistas locais e estudantes, entre eles, Aneliza Gouveia, Marcus Gouveia, Felipe Luchiari e a pequena Sofia Zanini. A jovem Amanda Evelyn, 16, que também participou da iniciativa, conta que a experiência “foi muito enriquecedora, tanto artisticamente como culturalmente. É incrível ver um projeto sair de um simples esboço e se tornar uma arte com tamanha representatividade e complexidade”.
“É impressionante como a arte traduz sentimentos, origens e reflete a história dos habitantes'', destaca Amanda. Para a idealizadora do mural, a obra tem o objetivo de dialogar com as origens da cidade, mas também com as expectativas de um futuro promissor. “A mensagem é oferecer ao município, à população, e aos ‘estrangeiros’, às recordações e memórias da história do nascimento à atualidade, exaltando o amor à nossa terra mãe, através da representação pictórica dos momentos chave da nossa grande trajetória!”, comenta Vanessa.
Entenda o significado de cada parte da obra
Parte 1 (lado direito)
A primeira parte se dedica às Origens. A figura indígena feminina, representa nossas origens ancestrais. Ela está com um cocar de penas de arara Maracanã e de Maritacas, ornamentos utilizados pelos povos Tupis, originários de nossa região. As cores usadas na figura indígena, conferem a ideia de “um Ser Maior”, como um espírito cuidador e protetor da localidade. A figura ainda segura em sua mão a coroa do Brasão municipal (representado na parte 3), para abençoar e coroar a cidade.
O círculo azul, em segundo plano, representa a lua. As ramas de café e algodão se misturam com as flores, popularmente chamadas de "gramofone" por seu aspecto, que são típicas do Cerrado, bioma brasileiro que atingia nossa região com ampla e rica biodiversidade, mas que hoje está praticamente devastado.
(parte 1 - representando as origens da cidade)
Parte 2 (centro)
A segunda parte fala da modernidade, representada pela balsa, de João Inácio Ferreira, e, em seguida, pela ponte metálica e o trem. A locomotiva que transportava o algodão, tem o produto saindo de sua chaminé e envolvendo-se com as flores do cerrado e as ramas de café que faziam parte de nossa agricultura. A Igreja encontra-se no centro do painel, pois ela foi o ponto de referência central para o crescimento da cidade que desenvolveu-se ao seu redor.
(parte 2 - representando a modernidade trazida pela ponte e pelo trem)
Parte 3 (lado esquerdo)
Na terceira parte, está o Brasão oficial representando a cidade de maneira gráfica e explícita, O símbolo é cortado na metade pela inscrição em Latim “Virtutem gentis" (ostenta virtude). A inscrição tem ênfase na obra pois nesta parte se fala do progresso, com a agricultura e indústria representada pela torre de cerâmica. Ao fundo está o pôr do sol, alaranjado, pegando fogo com as folhas douradas e quentes. A cor alaranjada do poente, traz consigo um misto de beleza contemplativa para muitos, mas também carrega a cor da química poluidora que todo progresso traz consigo e alerta para a necessidade de cuidar para que esse desenvolvimento seja virtuoso como na frase do brasão. Os peixes que saem do Brasão, representam o rio Mogi-Guaçu, de cor barrenta.
(parte 3 - representando o progresso e o desenvolvimento)
por Felipe Lamellas
Jornalista (Unesp)
Idealizador do Porto de Memórias
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