A fazenda Fogo Branco de Descalvado, interior de São Paulo, está dando um exemplo de preservação e sustentabilidade. Uma área foi recuperada e até espécies ameaçadas de extinção começaram a se reproduzir. Há 40 anos, a área onde predomina o verde na fazenda era apenas uma colônia de trabalhadores. Agora reflorestada, ela está credenciada no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para recuperar e devolver à natureza animais apreendidos. As araras, por exemplo, são soltas em casal para que não cruzem que outras espécies. “O interessante é que ele reproduza já na natureza e esses filhotes é que vão recompor o ambiente, porque eles são selvagens. Alguns animais mais raros que não existiam na região como o mutum, jacu, araras, espécies de maritacas já estão se reproduzindo e tem populações estáveis ocupando áreas anexas da região”, disse o biólogo da fazenda, Francisco Rogério Paschoal. Árvores e madeira Em 13 anos, mais de 400 mil mudas foram plantadas na fazenda, com um total de 300 espécies, entre elas algumas ameaçadas de extinção. O local tem áreas com jacarandá da Bahia, que quase não se encontra mais na natureza. As árvores ainda estão jovens, com menos de 10 anos do plantio. O tronco hoje está com cerca de 15 centímetros de diâmetro, mas geralmente chega a 40 centímetros em cerca de 40 anos. A madeira é um dos maiores potenciais da fazenda. A marcenaria começou a funcionar em 1994 para atender a demanda da própria fazenda. No começo, era só um prédio com 18 funcionários. Em 2005, resolveu abrir as portas para outros clientes. A estrutura foi ampliada, o número de funcionários dobrou e agora ela é referência na produção de móveis artesanais. O material bruto se transforma em objetos requintados. O marceneiro Reinaldo José da Silva, por exemplo, tem mais de 20 anos de experiência. “O trabalho é todo artesanal, só o corte é feita na máquina”, disse. Boa parte da matéria-prima é de demolição. “Usando esse material nós estamos contribuindo para que diminua o desmatamento no país”, disse o chefe da marcenaria Antônio de Pádua Assunção Filho.