Nível dos mananciais de São Paulo cai e preocupa especialista
Outro risco, se a falta de chuva continuar, é que a população fique sem energia elétrica
Sem ocorrência de chuva, o nível dos reservatórios de São Paulo continua caindo, de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. No sistema Cantareira, onde é usada a reserva técnica, o nível passou de 13% ontem para 12,8% hoje (28). No mesmo dia de 2013, o percentual era 37,4%.
No Alto Tietê, o nível caiu 0,2 pontos percentuais de ontem para hoje, quando o número chegou a 7,4%. No ano passado, o sistema operava com 51,9% de sua capacidade de armazenamento. Na represa do Guarapiranga, o nível hoje é 40,8% ante 41% registrados ontem. No dia 28 de outubro do ano passado o nível era 76,7%.
No Rio Grande há 70,1% da capacidade, e ontem era 70,3%. No mesmo dia de 2013, a represa tinha 95,1%. No reservatório Rio Claro o nível é 45,8% da capacidade de armazenamento, ante os 46,6% de ontem e os 94,1% do dia 28 de outubro no ano passado.
Segundo o especialista em recursos hídricos e professor da Universidade Estadual de Campinas Antônio Carlos Zuffo, a expectativa é que as chuvas voltem para recuperar os níveis dos reservatórios, uma vez que qualquer solução de engenharia demora para ser implementada. “A demora é de cinco a dez anos. Na situação atual, só podemos contar com a economia doméstica e industrial, aguardar chuvas e rezar para que venha acima da média”, disse.
Entretanto, ele ressaltou que a perspectiva é que a chuva venha abaixo da média, porque nos últimos meses as precipitações foram abaixo da média. “É mais provável que continue assim do que acima [da média]. A chuva é um fenômeno natural, então, é mais provável que ocorra mais abaixo”, prevê.
Antonio Zuffo avaliou que, caso não chova este ano, e 2015 se inicie sem chuva, a população começará o ano sem água, porque a segunda cota da reserva técnica terá acabado. “Aí a situação seria muito pior do que este ano”.
Outro risco, se a falta de chuva continuar, é que a população fique sem energia elétrica, porque as represas onde estão as geradoras podem ficar sem água. “Isso justamente quando as temperaturas aumentam e o consumo também”, antecipou.
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