Sônia Maria de Freitas em seu livro “Presença Portuguesa em São Paulo”, 2006, p. 94, descreve muito bem o serviço dos padeiros: “Nenhuma atividade comercial esteve tão ligada à imagem do português quanto a padaria. A história e a memória do setor de panificação no Estado de São Paulo estão diretamente ligadas à presença dos imigrantes portugueses. O português introduziu o pão tipo francês, preferido pelo consumidor por ser fresco, ou seja, podia ser feito várias vezes ao dia para atender à demanda pelo pão quente a toda hora [...]”.

A Padaria do Porto, de propriedade do lusitano Antonio Joaquim Pereira, fabricava, de acordo com “A FOLHA” (5.2.1904, p. 6): “bolachas roscas e biscoutos etc”. Estava localizada na Rua 15 de Novembro (Avenida Engenheiro Nicolau de Vergueiro Forjaz), entre a residência do Dr. Carlindo Valeriani e o armazém “Ao Ponto”, de Joaquim Fernandes de Carvalho, onde há pouco tempo existia um templo religioso.

Esta firma começou a recolher impostos em 1904. Antonio Joaquim Pereira, nascido na freguesia de Sever, concelho de Santa Marta [de Penaguião], Portugal, era casado com Rosa dos Anjos Pereira. Do casamento, os imigrantes portugueses tiveram os filhos João, Maria, Ana e Sophia. João Joaquim, conhecido entre os ferreirenses como “João Padeiro”, assumiu a administração da padaria na década de 1910. Casou-se com Maria Angelina Penachi; Maria contraiu núpcias com Joaquim Fernandes de Carvalho e da união nasceu a filha Hermínia Fernandes; Ana se casou com Eduardo Rodrigues de Mattos, que, segundo o professor João Teixeira (2009, p. 232): “foi o primeiro tirador de areia do rio Moji Guaçu, em Porto Ferreira”; e Sophia era esposa do ferroviário José Alves Ferreira. Antonio Joaquim Pereira faleceu a 14 de julho de 1918, aos 54 anos e o comércio permaneceu, durante alguns anos, sob a responsabilidade de seu filho.



Por Miguel Bragioni
Pesquisador da história de Porto Ferreira

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